Por Celso Santos
Viajar nas letras é entender que palavras tem o poder de construir em nossas vidas um mundo cultural e emocional muito grande. Quando abrimos as páginas de um livro, ele automaticamente abre as portas de nossas emoções, criando um mundo similar paralelo em nossas mentes, vivendo momentos, assimilando ensinos, conhecendo outro mundo que não o nosso, transformando a primeira posição, de leitores à coadjuvantes do universo de suas palavras.
Passar a ler um romance e encontrar seus personagens, cada qual com suas histórias de vida, é o mesmo que abrir o livro do tempo e espaço, viajar pelo universo do certo e do errado, dando-nos o “poder” de avaliarmos condutas, reconhecendo no espelho da própria consciência o que poderíamos aplicar em nossas próprias histórias.
Do ódio ao Amor é uma obra que nos leva pelas ruas de Paris, pelos salões de Viena, a viver uma trama de amor desorientado gerando dor, suicídios, assassinatos, comprometendo almas que se amam, mas que, pelo orgulho, adiam a felicidade.
Frederic, o personagem principal nos estimula a pensar sobre como estamos utilizando nosso tempo e nossas possibilidades de convivência com aqueles que seguem conosco no aprendizado do agora, levando-nos a conhecer o amor doação, o amor renúncia, o amor paciência, que sabe trabalhar o grupo na unificação do amor de Deus, por meio do esclarecimento sobre as perigosas ligações obsessivas que desencadeamos por sintonia com os desejos distantes do bem.
Por isso, o livro é um alerta, um incentivo para que possamos vigiar nossas posturas, atentos à verdadeira vitória do espírito, ao vencer-se a si mesmo!
“Havia se passado um bom tempo da partida de Victorien, e Frederic já havia participado de seu planejamento reencarnatório, obtendo a ciência sobre suas tarefas, assim como a preparação necessária para suas realizações…
– Schubert tenho medo de fracassar.
– Meu amigo não traga para si incertezas, deposite em seu coração a confiança, a prosperidade de seus passos, povoe seus pensamentos com o otimismo, o positivismo que irá auxilia-lo no cumprimento de suas obrigações para com sua própria consciência nesta oportunidade que conquistastes.
– Temo desviar-me pela incompreensão ainda existente em mim…
– Todos nós estamos no convívio com nossas próprias imperfeições, mas o amor do Pai nos sustenta para que estejamos preparados ao desenvolvimento de nossas ações, condutas que se aproximam cada vez mais das atitudes salutares que nos renovam o ser. Acredito em ti, em tuas possibilidades, em teu coração e em tua arte. Estamos juntos no caminhar meu amigo, e lembre-se, diante das dificuldades não se esqueça de nós, estaremos torcendo pelo seu progresso, pelo seu adiantamento evolutivo.
– Sei disso…
– Meu irmão, Jesus é conosco, não olhe para trás, permita viver a vida física com alegria, colhendo e distribuindo sorrisos através de tua música. Sê feliz!
– Schubert agradeço-lhe o carinho e a amizade.
– Não me agradeça. Todos nós somos merecedores desta dádiva… O amor fraterno.”
Que a leitura remeta você, caro leitor, a reflexões profundas da vida e de suas possibilidades, e que os esclarecimentos da Doutrina Espírita o ajude a aclarar a estrada.