Hippolyte Léon Denizard Rivail, conhecido pelo pseudônimo Allan Kardec, nasceu em 3 de outubro de 1804, em Lyon, França e desencarnou em 31 de março de 1869.
Nessa data especial o aniversariante é o grande filósofo e educador, o instrumento de revelação da Doutrina Espírita. Responsável por codificar uma série de obras publicadas a partir de mensagens ditadas por uma plêiade de espíritos superiores.
As cinco obras da Codificação: O Livro dos Espíritos; O Livro dos Médiuns; O Evangelho Segundo o Espiritismo; A Gênese e O Céu e o Inferno.
Obras Póstumas é uma compilação de escritos de Allan Kardec, publicada após seu desencarne.
Homenagem a Allan Kardec
Vejamos alguns trechos do belíssimo discurso pronunciado no túmulo de Allan Kardec por seu amigo, o astrônomo e pensador, Camille Flammarion.
“Allan Kardec consagrou a primeira parte de sua vida a escrever obras clássicas, elementares, destinadas, sobretudo, ao uso dos educadores da juventude. Quando, por volta de 1855, as manifestações, aparentemente novas, das mesas girantes, das pancadas sem causa ostensiva, dos movimentos insólitos de objetos e móveis, começaram a chamar a atenção pública e determinaram, mesmo nas imaginações mais aventureiras, uma espécie de febre pela novidade dessas experiências, Allan Kardec, estudando ao mesmo tempo o magnetismo e seus efeitos estranhos, seguiu com a maior paciência e uma prudente perspicácia as experiências e o grande número de tentativas que então se faziam em Paris.
Recolheu e pôs em ordem os resultados obtidos por essa longa observação e com eles compôs um corpo de doutrina publicada em 1857, na primeira edição de O Livro dos Espíritos. Vocês todos sabem o sucesso que esta obra teve na França e no estrangeiro…
Após essa primeira obra, apareceram, sucessivamente, O Livro dos Médiuns ou Espiritismo experimental; O que é o Espiritismo? ou resumo em forma de perguntas e respostas; O Evangelho segundo o Espiritismo; O Céu e o Inferno; A Gênese. E a morte acaba de surpreendê-lo no momento em que, em sua atividade infatigável, trabalhava em uma obra sobre as relações entre o Magnetismo e o Espiritismo…
Allan Kardec foi homem de ciência que, sem dúvida, não pôde prestar este primeiro serviço e assim propagar ao longe, como um convite, a todos os corações. Mas ele era o que chamarei simplesmente de “o bom senso encarnado”. Raciocínio reto e sensato, aplicava sem negligência em sua obra permanente as indicações íntimas do senso comum. Isto não era uma qualidade menor, na ordem de coisas que nos ocupam. Era, pode-se afirmar, a primeira de todas e a mais preciosa, sem a qual a obra não teria se tornado popular nem lançado suas imensas raízes no mundo. A maior parte daqueles que se dedicaram a estes estudos lembra-se de ter sido, na juventude, ou em certas circunstâncias especiais, testemunhas de manifestações inexplicadas. Há poucas famílias que não as tenham observado em sua história. O primeiro ponto era aplicar a esses testemunhos a razão firme do simples bom senso e examiná-los segundo os princípios do método positivo…
Porque, senhores, o Espiritismo não é uma religião, mas uma ciência, da qual conhecemos apenas o a, b, c. Acabou o tempo dos dogmas. A natureza abraça o Universo, e o próprio Deus, que há muito tempo é feito à imagem do homem, só pode ser considerado pela Metafísica moderna como um Espírito na natureza. O sobrenatural não existe. As manifestações obtidas por intermédio dos médiuns, como as do magnetismo e do sonambulismo, são de ordem natural e devem ser severamente submetidas ao controle da experiência. Não há mais milagres. Assistimos à aurora de uma ciência desconhecida. Quem poderá prever a quais consequências conduzirá, no mundo do pensamento, o estudo positivo desta nova psicologia?
A ciência nos abre pontos de vista tão autorizados quanto os precedentes, sobre os fenômenos da vida e da morte e sobre a força que nos anima. Basta-nos observar a circulação das existências”…
Fonte: Livro Obras Póstumas- Publicação Mundo Maior Editora