Por Amarilis de Oliveira
Conversando com uma pessoa do meu relacionamento, fiquei muito triste, ela, como muitas outras pessoas confundem felicidade com prazer. Você também já fez isso?
Sem citar nomes, claro, vou contar a história dela, mas sei que se parecerá com a de muitos.
Entrou na febre de viajar, claro que todo mundo tem direito a férias e a viajar, porém, ela se deixou levar pelo jargão: Todos meus amigos já foram para o exterior, e eu não. Tenho que dar um jeito e ir! Tem mesmo?
Sem avaliar bem, não perguntou a nenhum desses seus amigos se eles estavam endividados. Viagem custa caro, e as pessoas se perdem em compras no exterior. Por que? Eu não entendo, aqui no Brasil tem de tudo, e as lembrancinhas? Ah! As lembrancinhas para os amigos! Que ficam rolando de um canto a outro nas casas de quem as recebe, até que, em pouco tempo, bum! Vai para o lixo! Não tem utilidade para nada. Dinheiro jogado fora.
Inclua aí, Torre Eiffel, Estátua da Liberdade, bonequinho de algum jogador de beisebol, que o presenteado nem sabia de sua existência até receber a dita lembrança, etc.
Não faltam vendedores a convencer que o viajante compre de tudo, e na empolgação, ele estoura o saldo bancário, volta devendo uma fábula, que vai amargar 12, 24, 36 meses para pagar. Com os juros de nossos cartões de crédito,acaba se sentindo escravizado, trabalhando muito só para pagar ao banco, quase uma política de barracão.
A viagem foi um prazer? Foi, é obvio, mas como toda atitude inconsequente, poucos dias depois da volta, vem o desespero. E o prazer se foi, um grande desfalque no orçamento, e a infelicidade vai perdurar por muitos meses, até anos.
E por que? Se confundiram acreditando que a felicidade estava naquela viagem, não perceberam que era apenas um prazer.
O mau humor pelo aperto financeiro, o arrependimento que o fulano engole e não diz para ninguém, a intolerância com quem está a volta, se instalam, e refletem em toda a família, trazendo desassossego, tristeza e até depressão.
Então, querido leitor, se você me permite a sugestão, sempre pergunte a si mesmo: Tal atitude me trará prazer com felicidade, ou apenas prazer momentaneo?
Amarilis de Oliveira é autora da Mundo Maior Editora e Distribuidora. Títulos publicados: Cela para Muitos Liberdade para Todos; Inimigo de Família; Folhas Miúdas, Vozes que Alertam