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Em torno da guerra

Enviado em 3 de setembro de 2014 | Publicado por feditora

guerra

Por Mário Frigéri 

Repórter: A guerra será um desequilíbrio determinado por Deus?

Emmanuel: Em hipótese alguma Deus poderia ser considerado como autor de desequilíbrios, quando constitui para nós outros a harmonia suprema.
O flagelo da destruição representa o mais alto desequilíbrio dos homens, constitui seus instintos ferozes desencadeados, sua criminosa indiferença para com os poderes eternos, a resultante da tirania de suas leis.
Busquemos figurar a solução, para entendimento mais vasto.
O planeta é uma grande escola onde o espírito humano efetua um curso de aperfeiçoamento. O Senhor do Universo permite que os alunos organizem os regulamentos do enorme educandário, à sombra de Suas leis inelutáveis. Eis que os discípulos se revoltam, disputam hegemonias injustificáveis, encarceram-se em concepções absurdas no capítulo da política, da filosofia, da religião. Surgem os atritos imensos. Depois do império da ambição, é o império da morte.
Quem poderia atribuir a Deus a desarmonia destruidora?
Contra os que ousassem afirmá-lo, teremos a visão permanente das leis eternas, junto às quais Deus não permite a intervenção dos filhos inquietos. Por mais que as nações se empenhem nos embates sangrentos, o Sol continuará prestando benefícios a todos, indistintamente, o frio e a chuva chegarão a seu tempo, flores e frutos surgirão ao lado das batalhas. Ainda que todos os milhões de alunos da grande escola marchassem uns contra os outros, ela continuaria equilibrada para todos, oferecendo a sagrada oportunidade que os discípulos ainda não chegaram a compreender.
Vede, pois, a grande leviandade dos que ousam atribuir a Deus o movimento de incompreensão e ignorância das criaturas.

Repórter: Poderíamos saber qual a nação que sairá vencedora do atual conflito europeu [1942]?

Emmanuel: Nenhum amigo ponderado dos homens, dos círculos de nossa esfera espiritual, poderia opinar numa interrogação como esta. Entretanto, como todo ensejo deve ser aproveitado para o bem, perguntamos de nossa parte: – Onde encontraríamos o vencedor entre tantas desolações e ruínas? Terminado o movimento, deveria haver na Terra um grande silêncio. O único triunfador seria Jesus Cristo, sem cujo fundamento de vida e verdade todos os protestos dos homens são inúteis.
O espetáculo é por demais doloroso para que se reflita em cânticos de vitória. Há corações maternos despedaçados, famílias dispersas, crianças que choram de fome, lares que se destroem sob tempestades de fogo. Nas cidades bombardeadas, a dor se sobrepõe às esperanças. O sangue é uma ironia para o despotismo, a morte vagueia sobre a miséria das ruínas fumegantes e pergunta onde se encontra o espaço vital.
Os homens podem invocar o caráter sagrado dos princípios. Mas todos os princípios generosos do mundo vieram do Cristo. A criatura não poderá se gloriar de si própria. Por descuidarem da defesa desses patrimônios que Jesus lhes outorgou, eis que os homens movimentam a carreira das batalhas sangrentas, mobilizam canhões homicidas e semeiam carnificina e destruição.
Quando cair o último soldado, Jesus contemplará o campo ensopado de lágrimas e sangue e, chamando os contendores, perguntará, com justiça: – Onde se encontra o vencedor?

(Questões respondidas por Emmanuel, psicografadas por Francisco Cândido Xavier, publicadas em 1942 na revista “O Revelador”, de São Paulo-SP, e republicadas em Reformador de agosto/1978.)

Oferecimento fraterno de mariofrigeri@uol.com.br


Algumas fotos do conflito entre Israel e Gaza nos dias de hoje

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