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A Medida do amor aos animais x Amor aos humanos

Enviado em 7 de março de 2014 | Publicado por feditora

 

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Por Ricardo Capuano

 

“A medida do amor é amar sem medida.”Victor Hugo

 

            Quantas vezes nós, que amamos os animais, não ouvimos absurdos como: Por que vocês não se preocupam com as crianças em vez dos animais”, “Vocês deviam ajudar as pessoas necessitadas em vez ajudarem os cães e gatos”; “Por que vocês ficam perdendo tempo com os animais com tanta gente precisando de ajuda”. Por traz destas palavras existe um pensamento errado e deturpado que transforma o “AMOR” em uma coisa física e mesquinha.

O sentimento “Amor” que se expressa na ação “Caridade” não é uma coisa física, passível de medição e quantificação como qualquer outro objeto.

Ninguém sente “três unidades de raiva” ou tem “quatro unidades de alegria”, ou melhor, ainda ninguém tem “duas unidades de amor” um para a “esposa” outro para a “mãe” e não sente nada pelos filhos e o pai, pois já acabou tudo que ele tinha de amor, e não sobrou nada para eles.

Com todo o tipo de emoções se dá o mesmo, uma “coisificação” dos sentimentos. Nós não temos só “cinco unidades de amor”, que temos que separar para nossos familiares e aqueles que são de nossa espécie.

O “Amor” é um sentimento, uma emoção que não pode ser quantificada e qualificada. Quanto mais amamos, mais amor temos para dar. Quanto mais evoluímos moralmente, mais seres temos capacidade de amar.

Considerando Jesus como o exemplo supremo de evolução e moral, ele deixou a lição que devemos amar até nossos inimigos. E muito mais fácil, que amar nossos inimigos, é amar e respeitar os seres vivos que nunca nos fizeram mal, independente da espécie a que pertencem.

Buscar uma ética é caminhar ao encontro dos grandes movimentos da humanidade, que colaboram para que o círculo da moralidade possa ser cada vez mais ampliado, para que cada ser, em sua vida, possa experimentá-la em sua plenitude, segundo a sua natureza específica.” Waldeli Franco Chaves – Pensata Animal nº 5 – Outubro de 2007

Aumentar o “círculo da moralidade” este é um sinal de evolução e o caminho que o Cristo nos deixou. São palavras do mestre: “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus.” – Mateus 5, 43-45. E Disse mais; “”Bendizei os que vos amaldiçoam, orai por aqueles que vos difamam.”- Lucas 6, 28.

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Amar a todos os seres vivos, inclusive nossos inimigos. Incluir em nosso “circulo moral” todos os nossos “semelhantes”. Mas não os semelhantes na aparência, mas os semelhantes em origem, filhos e criações do mesmo Pai celestial; Deus.

O grande mandamento: “Ame o próximo como a ti mesmo.”- Marcos 12, 31, mas quanto mais seres você considerar e identificar como seu próximo mais perto do Cristo e Deus você estará.

O homem egoísta e mesquinho só ama a si mesmo, o homem mal, por pior que seja ama sua esposa e seus filhos, o homem corrupto se utiliza de todos os meios para ajudar a família e os amigos. Mas o bom cidadão se preocupa com a cidade que vive, o homem caridoso ajuda aos pobres e necessitados, mas o verdadeiro filho de Deus ajuda a todos os seres vivos e a todos ama, inclusive os de outra espécie e seus inimigos!

“Quando nós considerarmos os animais como irmãos, significa que nós consideramos a nós mesmos como irmãos, e já não haverá mais guerras, ninguém vai matar mais ninguém, não vai existir mais assaltos, não vai existir mais nenhum tipo de crime e significa que nós vamos estar preparados para entrar em um mundo de regeneração”   – Dr.Marcel Benedeti

 

O exemplo da “Samaritana”

Homenagem a todos os “Protetores de Animais”

 “Quando se é capaz de lutar por animais, também se é capaz de lutar por crianças ou idosos. Não há bons ou maus combates, existe somente o horror ao sofrimento aplicado aos mais fracos, que não podem se defender.”Brigitte Bardot.

Conto a historia de uma protetora, que muito me emocionou e serve de exemplo a todos nós. Um exemplo de caridade e bondade, que demonstra como o preconceito e o despeito de comentários especicistas são inválidos e descabidos.

Essa amiga querida, defende todos os animais, mas principalmente os cães, bois, cavalos e gatos. Passa a maior parte de seu tempo procurando maneiras de ajudar esses seres que não podem falar e argumentar em seu próprio beneficio. A melhor maneira de defende-los é usando a verdade, o esclarecimento e divulgação da pura realidade, que por si só já é triste o suficiente para causar indignação e mudanças de atitude.

 

Hoje não é sobre seu papel de protetora que iremos falar, mas sim seu papel de trabalhadora do Cristo, a verdadeira “Samaritana”.

Essa moça que a pouco passou da casa dos 30 anos, ia sozinha à feira e foi abordada por maltrapilha figura. Por si só essa situação causaria mal estar e medo a qualquer, um inclusive a um homem “grande” como eu. Mas essa linda moça além de vencer seu medo fez um ato de caridade dos mais incomuns e difíceis de se fazer hoje em dia; teve a paciência de ouvir seu semelhante.

A paciência em si já seria um ato de bondade meritório, pois quantos de nós conseguimos ouvir sobre as necessidades daqueles que nos são próximos, quanto mais de desconhecidos…

O pobre senhor pedia fraudas a sua neta que nascera prematura e estava no hospital. Nessa hora ela tomou a segunda atitude caridosa, acreditou no homem. Quantos de nós conseguem acreditar e mais que isso não prejulgar aqueles que nos cercam. Vencer o preconceito que vai se formando em nossas mentes por tantas vezes vermos atos e gestos de corrupção e bandidismo. Dar credito e confiar em seu semelhante, mais um gesto meritório de caridade.

Emocionada com o pedido do senhor, foi ao mercado para que ele escolhesse a fralda que necessitava. Terceiro ato de caridade; não impor sua opinião simplesmente por que estava ajudando. Deixou que ele escolhesse a melhor maneira de ser ajudado, não quis ajudar de seu jeito impondo sua autoridade financeira, ou ajudando de qualquer maneira.

Esperou uma fila longa para pagar a fralda, coisa que a maioria de nós não faz nem para comprar aquilo que nós mesmo necessitamos….quanto mais para fazer caridade. Mas para ter certeza que seu ato não seria corrompido, que se desse apenas o dinheiro esse se transformasse em bebida ou drogas, esperou na fila e presenteou o senhor com as fraldas.

Finalmente se informou sobre o estado da neta e se dispôs a ir visita-la, mas mais que isso, buscou auxilio de uma advogada amiga e garantiu que não lhe faltasse mais a fralda necessária.

Quantos de nós podem falar que agiram de maneira tão desprendida e caridosa, mesmo com nossos familiares e amigos… Poucos, eu mesmo não me destaco nesse grupo. Quando vejo alguém pedindo, não tenho paciência de ouvir e mesmo quando vou comprar algo que estou precisando e vejo uma fila muito longa, largo e deixo para comprar depois.

Assim não foi um padre, um pastor, um politico, ou um dirigente espirita que foi o semelhante daquele avô necessitado. Seu semelhante foi uma humilde defensora dos animais, que não vê só nos animais seu semelhante, mas em todos os seres vivos.

 “ O verdadeiro homem de bem …,… Encontra usa satisfação nos benefícios que distribui, nos serviços que presta, nas venturas que promove, nas lágrimas que faz secar, nas consolações que leva aos aflitos. Seu primeiro impulso é o de pensar nos outros., antes que em si mesmo, de tratar dos interesses dos outros, antes que dos seus. O egoísta, ao contrário, calcula os proveitos e as perdas de cada ação generosa. É bom, humano e benevolente para com todos (Os seres), sem distinção de raças nem de crenças, (Nem de espécie)  porque vê todos os (Seres) homens como irmãos.” –  O Evangelho Segundo o Espiritismo por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires – Entre parênteses minhas colocações.

 Autor: Ricardo Capuano: Médico veterinário- Apresentador do programa    “Nossos Irmãos Animais” e do quadro “Consciência Animal” na Radio Boa Nova – Colaborador da Mundo Maior Editora –

 

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