Por Amarilis de Oliveira
Nós vivemos em um mundo muito complexo, onde todas as nossas capacidades são testadas em menor ou maior grau.
Em menor grau temos desafios todos os dias, ainda mais vivendo em um país confuso, em uma cidade lotada, e mal administrada. Um excesso de pessoas dividindo o mesmo espaço, fazendo com que tenhamos de abrir mão do egoísmo em favor do direito do outro.
Um exemplo: Vemos isso no trânsito, onde motoristas apressados, preocupados com seu dia-a-dia, tem que parar para dar passagem para o pedestre, e vice e versa. Observe: Alguns motoristas bufam de raiva, a ponto de sofrer um enfarte por precisar abrir mão de um minuto, pois os faróis de pedestres não duram mais do que isso.
E, para piorar, vivemos também em um país de altos e baixos econômicos, nos trazendo insegurança do amanhã. Sem dúvida, tudo isso é desgastante.
E enfrentamos outros desafios maiores, a falta de vaga para os doentes em hospitais; médicos e enfermeiros precisando trabalhar em condições de acampamento de guerra. O dinheiro dos impostos, que nos faz falta, sendo desviados em forma de corrupção. Problemas familiares, pessoas disfuncionais ao nosso redor.
Sempre questiono: Precisa ser assim? Não. Não, precisa!
E por que acontece? Acontece por causa da nossa imaturidade espiritual, da nossa ignorância de causa e efeito, da nossa indiferença.
E como enfrentar isso? Atitude. A vida vai nos cobrar reforma íntima, nascemos para nos melhorarmos, e vai acontecer queiramos ou não. É um planeta de pressão evolutiva em todos os níveis desde o animal até a nós humanos.
Claro que muita coisa pode ser evitada, se abrirmos mão da indiferença, se sairmos do nosso casulo de: é com o outro e isso não me interessa.
Não, não é com o outro, pois tudo acontece com todos, hoje é com o outro, amanhã pode ser conosco. Somos nós a sociedade, somos nós o país.
Nosso maior desafio ante os problemas é olharmos na direção da solução, e não ficarmos circulando no problema. As discussões, principalmente familiares, sempre giram em ofender, magoar e descontar a própria frustração no outro, só aumentando o problema. Pare. Olhe. Preste atenção no que diz, se não for para ajudar na solução, fique de boca fechada. Não seja um torturador.
Problemas sempre ocorrerão, podemos encará-los como sendo vítimas, ou como desafios, para nos fortalecer. É fácil? Não, não é!
E, o maior dos consolos, nunca, mas nunca mesmo, estamos soltos e sozinhos na vida, sem amigos encarnados e desencarnados a nos ajudar, aconselhar e estender a mão na forma de ajuda inesperada.