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Suicídio? Não Vale a pena…

Enviado em 22 de fevereiro de 2013 | Publicado por feditora

Por Agnaldo Cardoso

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   Permitam-me um lamento, um lamento triste por todos aqueles que menosprezando as diretrizes traçadas pelo Senhor da Vida, tentam fugir e descobrem desapontados, que o máximo que conseguiram, foi sair do corpo, mas não conseguiram sair da vida. Ele irá sofrer muito, pois tentou destruir o maior patrimônio que existe: a Vida! E ele não tem esse direito, porque ele não é o Autor da vida, mas sim alguém que desfruta da vida.

   As consequências sempre são terríveis, mas como sempre é possível que alguém que esteja lendo este artigo, tenha “perdido” um ente querido, que enveredou pelo falso caminho do suicídio, eu adianto que todos somos filhos de Deus e o nosso Pai, por ser a própria Bondade, não iria permitir que houvesse sofrimentos eternos.

   Por exemplo, pode existir uma pessoa que tenha se suicidado por qualquer razão, mas que traga alguns méritos, de ser um indivíduo trabalhador, honesto, de ter sido bom pai, mãe, patrão, etc., de ter auxiliado as pessoas, até aquela data. É claro que este será visto de maneira diferente daquele que não traz nenhuma virtude, pois ele próprio dificultará o socorro. Quem se suicida sofre, sofre muito, mas um dia ele estará de volta ao caminho do progresso.

   O Suicídio é a rota, a trilha da fuga, dos que temem enfrentar a vida e as suas dificuldades, que via de regra somos nós mesmos que causamos. Mas essa frustrada fuga lhes reserva uma decepcionante e inevitável surpresa: continuam mais vivos do que nunca e com muito mais dores!

   O suicida deve ser considerado corajoso ou covarde? Os espíritos mais evoluídos nos informam que o suicida é antes de tudo um egoísta que somente pensa nas suas dores, ignorando as dores que irá causar nos seus entes queridos.

  Mas, não! Não se pode generalizar e chamá-los de corajosos ou covardes, porque na realidade, eles, antes de tudo, estão meio alienados, sem a devida e necessária lucidez, preocupados com as suas próprias ideias.

  A Doutrina dos Espíritos, não especula, nunca! São informações sérias, checadas e confirmadas, ao longo dos anos, trazidas pelos próprios personagens, os espíritos, que “sentiram na pele”, os mais diversos dramas de dor e sofrimento, aparentemente sem fim.

  Os “fracassados fujões”, ao se sentirem vivos, muito vivos, e com mais dores do que antes, é que entenderão que apenas Deus, O Senhor da Vida, tem o direito de dispor dos Seus filhos. E entenderão também, que o seu incompetente, ineficaz e covarde ato, apenas carreou mais e mais dores, sem resolver qualquer tipo de problema!

  Quem tenta “Desertar da Vida”, vai descobrir também, -na maioria dos casos – as três maiores dores de um suicida: achar que seus sofrimentos durarão para sempre; ficar revendo e sentindo, o irracional gesto fatal e ver seu corpo, esquecido na terra, servindo de repasto aos vermes famintos, insensíveis à sua dor, e indiferentes à sua infinita tristeza.

   Na realidade, o suicida não está querendo morrer! No fundo, no fundo, ele deseja mesmo, é livrar-se, é escapar, de algo ou de alguém! Entretanto, por meio do suicídio, é inútil! O “algo” ou “alguém” irá acompanhá-lo, via sepultura!

  É sabido que há momentos em que tudo parece andar para trás. Nossos mais queridos sonhos se transformam em dolorosos pesadelos. Nossas mais ansiosas esperanças se reduzem a cinzas mortas levadas pelo vento da dor.

   Sentimos a solidão na velhice; quando jovens, achamos que nossos pais não nos entendem; enfrentamos a enfermidade crônica; encaramos desilusão; ao nosso lado, cresce a presença da revolta, e somos envolvidos pelo abraço traiçoeiro do desânimo!

   Tudo sugere a deserção, a fuga, o desejo de mergulhar no nada e no esquecimento. Entretanto, a maior surpresa que o suicida tem, do outro lado, é perceber que ainda arrasta as mesmas dores, verte as mesmas lágrimas, ainda está sob o jugo dos mesmos sofrimentos. Quis morrer para esquecer e vê claramente que não morreu, que de nada se esqueceu, que da dor ainda não se libertou.

   O Espiritismo tenta mostrar que o desgosto da vida, normalmente é o desgosto da situação, não da Vida. É triste não ser apreciado pelas pessoas. É comum ouvirmos comentários como: Ninguém vê as minhas qualidades… Eu não faço mal a ninguém e me acontece isso… O mundo não me valoriza…

   A responsabilidade dos espíritas é muito grande, pois nós sabemos o que aguarda os suicidas. E se sabemos, vamos divulgar e nos preparar para por juízo em quem externa essa ilusória ideia. Tantos anônimos nas ruas deixam de se matar por causa de um sorriso que lhes mostre que o mundo ainda tem alegria. De um abraço que mostre que o mundo ainda tem carinho. De uma palavra que mostre que o mundo ainda lhe dá atenção. De um ouvido que mostre que o mundo ainda tem paciência e disposição. De uma mão que mostre que o mundo ainda tem solidariedade; de um coração que mostre que no mundo, ainda existe amor.

   Não falarei do que leva o homem ao suicídio, porque nenhum motivo é justificável perante Deus, especialmente se provir do orgulho e da vaidade. Não se chega a uma vida melhor por meio do suicídio, pois será necessário voltar para concluir a vida que foi cortada.

   As consequências do suicídio são as mais diversas. Mas uma consequência a que o suicida não pode escapar jamais é o desapontamento, a decepção, por se ver vivo, muito vivo!

   De modo geral, ele vai acordar confuso, sem entender porque ainda está “vivo”; vai se sentir preso a um corpo em decomposição, pois os laços foram rompidos ainda em seu vigor; revive os momentos que o levaram a cometer o ato e sente as dores que seu corpo sentia; volta ao lugar de moradia, mas ninguém o acolhe; acaba voltando ao túmulo por que se sente preso ao corpo; a situação é de grande desespero; a fuga pelo suicídio mostrou-se uma armadilha cruel. Finalmente, depois de um tempo indeterminado, por merecimento, seu ou de quem pede por ele, possa ser resgatado e começar o processo de aprendizagem.

  De acordo com O Livro dos Espíritos, aquele que comete o suicídio inconsciente, é duplamente culpado, pois tinha consciência e tempo de refletir sobre suas ações, enquanto que o outro muitas vezes comete o ilusório e fatídico ato, em um momento de pouca ou nenhuma lucidez. Mas e o espírita? Ele sabe! E se sabe, o preço a pagar é maior. Um suicídio por parte do espírita, gera muito mais dores futuras, do que outra pessoa.

   É verdade que após o desencarne, não há tribunal nem Juízes para condenar o suicida. Fica ele simplesmente diante da própria consciência, nu perante si mesmo e todos os demais, pois nada pode ser escondido no mundo espiritual, tendo o indivíduo de enfrentar suas próprias criações mentais infelizes.

   Se alguém pensa em matar-se, sugiro que antes do covarde e inútil gesto insano, leia sobre as terríveis e dolorosas consequências, comuns a quem se suicida: como será sua nova morada e quem serão seus “nobres” companheiros, no sinistro Vale dos Suicidas!

   Como ajudar uma pessoa que diz que pretende se suicidar? A psicologia será de grande auxílio, e em alguns casos será necessário até do auxílio da psiquiatria, nos casos de depressão mais profunda, mas não podemos esquecer que o conhecimento da Doutrina Espírita, fortalece a ideia de Deus e se ele for inteligente, atentará para a exortação do Evangelho Segundo o Espiritismo: “A calma e a resignação, adquiridas na maneira de encarar a vida terrena, e a fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade, que é o melhor preservativo da loucura e do suicídio”.

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