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Missão dos Profetas

Enviado em 25 de dezembro de 2014 | Publicado por feditora

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Por Mário Frigéri

 

Diz um princípio iniciático que Deus escreveu a história com antecedência e deu-lhe um nome – profecia. A profecia, portanto, está intimamente ligada ao profeta e à história, e o profeta, por sua vez, está intimamente ligado à Divindade.

Mas, o que é profecia? Profecia é a predição do futuro, ou seja, de fatos que ainda estão por acontecer. Muitos temem até mesmo conhecê-las, porque elas parecem malignar o futuro, quando, na verdade, apenas velam – enquanto não interpretadas corretamente – e depois desvelam o que há de vir e que é consequência do que já foi. Profecia é luz do céu, não espada de Dâmocles.

Estabelecido assim o que é profecia, resta-nos agora entender o que é um profeta. A melhor definição é a de Allan Kardec: “O verdadeiro profeta é um enviado de Deus para advertir ou esclarecer a Humanidade. Ora, um enviado de Deus só pode ser um Espírito Superior e, como homem, um homem de bem. Será reconhecido por seus atos, que trarão o cunho de sua superioridade, e pelas grandes coisas que realizará pelo bem e para o bem, e que revelarão sua missão, sobretudo às gerações futuras, pois que, conduzido muitas vezes e sem o saber por uma força superior, quase sempre se ignora a si mesmo.”1

A missão do profeta, portanto, é profetizar, ou seja, dizer, de uma forma prudentemente cifrada, qual o planejamento divino estabelecido para a marcha progressiva da espécie humana, a fim de demonstrar que o homem é um espírito imortal nesse contexto cósmico, e não uma “coisa” perecível, um conglomerado de nervos, músculos e carboidratos, como ensina o materialismo dissolvente.

Houve uma grande plêiade de profetas ao longo da história, tanto bíblicos quanto extrabíblicos, mas nenhum deles pode ser comparado ao Profeta de todos os profetas – Cristo-Jesus. Ao contrário dos outros profetas, que apenas recebiam as profecias e as divulgavam, Jesus tinha e tem o dom, não somente de proferi-las, mas também de fazê-las acontecer, como ensinava Mozart Monteiro.2

Quando o Cristo diz, no Evangelho, que passará o céu e a terra mas as suas palavras não passarão (Mat. 24:35), ele está dizendo que sua palavra é a revelação da programação divina para este planeta, estabelecida desde que o mundo foi criado por ele mesmo, como se vê no Evangelho segundo João, 1:1/3.

Quando ele diz que haverá um só rebanho para um só pastor (João, 10:16) e que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus (Mat. 8:11), ele está profetizando que unificará uma grande parcela da humanidade em torno de seus ensinamentos, a qual servirá de base para a nova geração que povoará este mundo no futuro, gerada pela união das duas humanidades: a constituída pela Nova Jerusalém celestial, que descerá oportunamente do céu (Apoc. 21:2), e a constituída pelo seu rebanho único, na Terra.

Quando ele diz que, na época da regeneração, o Filho do homem se assentará no trono da sua glória (os corações humanos) e os doze apóstolos estarão com ele para o julgamento que ocorrerá nessa transição (Mat. 19:28), ele quer dizer que haverá um trabalho planetário de seleção da humanidade, para estabelecer a exclusão dos que não se adaptarem à Nova Era e a permanência daqueles que formarão a nova geração que permanecerá na Terra.

Quando ele diz que na época da grande tribulação a sua presença será como o relâmpago que sai do Oriente e se mostra até no Ocidente (Mat. 24:27), e avisa a seus seguidores que devem estar atentos em relação aos falsos Cristos e falsos profetas (Mat. 24:4/5;11), ele está dizendo que essa manifestação superior poderá ocorrer somente como uma presença visível a toda a humanidade, a bons e maus (Apoc. 1:7), mas intangível, sem a necessidade de sua materialização no mundo, como aconteceu há dois mil anos.

Quando ele diz que, no final dos tempos, o abominável da desolação (o Anticristo) se estabelecerá no lugar santo (Mat. 24:15), ele está dizendo que, nessa época da grande tribulação, o espírito do mal será autorizado pela Potestade Divina a fazer o seu trabalho de arregimentação dos que não ficarão na Terra (e que constituem dois terços da humanidade – Zac. 13:8), visto que o joio será ceifado antes do trigo, conforme ele já havia revelado em sua parábola.

Quando ele diz que o injusto deve continuar na prática da injustiça e que o justo deve continuar na prática da justiça (Apoc. 22:11), ele quer dizer que, mesmo na época da grande tribulação, o direito sagrado da livre escolha entre o bem e o mal estará assegurado a cada um, para que homens e espíritos sejam responsabilizados pessoalmente – os injustos, pela sua exclusão do novo reino, e os justos, pela sua inclusão nele.

Quando ele diz, finalmente, que virá um novo Céu e uma nova Terra e que o tabernáculo de Deus será estabelecido entre os homens (Apoc. 21:1;3), ele está dizendo que a nova humanidade, só constituída agora de trigo e boas ovelhas, entrará numa Nova Era de progresso e felicidade sem fim, e que deixará de haver motivo para sofrimento, porque Deus enxugará dos olhos humanos toda lágrima. 

Por esta amostragem, colhida nas páginas dos Evangelhos e do Apocalipse, é possível perceber o quanto Jesus é especial como Fundador e Governante Supremo deste planeta, e como fonte irradiante dos acontecimentos do porvir. E isto encontra perfeita ressonância na definição magistral elaborada pelo escritor francês Ernest Renan, quando diz: “Jesus é como uma alta montanha, cujo sopé começa onde terminam os píncaros das outras”.

Ninguém diria melhor. Jesus é incomparável, indelével, irresistível.

 Referências:

1KARDEC, Allan. Viagem Espírita em 1862, 1a ed. 2005, FEB, p. 129/130.

2MONTEIRO, Mozart. O Livro das Profecias, 3a ed. Rio de Janeiro, Edições Cruzeiro, p. 14.

Mário Frigéri é autor da Mundo Maior. Pulicou os livros: 100 Poemas que Amei e Brasil de Amanhã- O Futuro do Brasil á Luz das Profecias.

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